domingo, 23 de janeiro de 2011

ficção (ou não)



um mês. já tinha passado um mês. um mês depois de ter ouvido da boca dele, “acabou”. como o tempo já tinha passado. mas nada tinha mudado. o sentimento era o mesmo. não o conseguia esquecer, nem muito menos deixar de o amar.
a única coisa que tinha mudado era mesmo a nossa relação. isso sim, tinha mudado.
naquele momento, em que ele prenunciou aquela palavra, eu soube que era mesmo o fim. e para sempre. nem queria acreditar, e nem fui capaz de lhe dizer a mínima coisa que fosse. virei as costas, e parti, definitivamente da sua vida, sem nada dizer.
passado um mês, sem nunca mais o ver, sem nunca mais nada, aconteceu o inevitável. eu viu-o. viu-o mesmo à minha frente, perante toda aquela multidão, e fiquei imóvel, sem saber o que fazer.
era apenas mais um dia. estava apenas a viver a minha vida, e saí para a rua. saí, e fui fazer as minhas coisas habituais. mas quando menos esperava, vi o seu rosto, tal e qual como era antes, entre todas aquelas pessoas que andavam pela cidade de um lado para o outro, numa manhã agitada. a sua pele lisa e suave, os seus belos lábios, o seu sinal que o caracterizava, mantinham-no lindo, perfeito, como sempre o achei. até que dado o momento, os seus olhos castanhos “cor-de-mel”, brilhantes e com um toque de verde, cruzaram-se com os meus. por momentos pensei que o meu coração parasse de bater.
eu até podia estar ali parada, no meio da confusão, a observá-lo como se o tempo estivesse parado, sim. tinha saudades dele. tinha saudades de tudo. apesar do sofrimento que ele me causara, continuava presente em mim, todos os dias, provavelmente na minha alma. mas ao vê-lo desviar o seu olhar no meu sentido, tive a sensação que o mundo ia parar. foi como um choque. e choque ainda maior, foi quando percebi que vinha na minha direcção.
ao ver-me naquela situação, e não sabendo como agir, fugi, apenas. não estava preparada para um “reencontro”, ou para o quê que fosse, com ele. não queria tê-lo à minha frente, nem sequer a dirigir-me a palavra. sabia que não ia aguentar, não ia resistir. os meus impulsos falavam sempre mais alto. então, corri, fugindo dele. veio atrás de mim, mas não sabia o que poderia ele querer de mim. eu estava a aprender a viver assim. sem ele. mas iria fraquejar ao mínimo contacto com ele. até que deixei de o ver atrás de mim, com os seus lindos cabelos castanhos ao sabor do vento. só não conseguia perceber o porquê de ter vindo. não fazia sentido, esse seu acto. ou pelo menos, não para mim. ele tinha escolhido, agora não adiantava voltar atrás. não comigo.
então, parei de correr, desamparei-me no chão, e deixei caírem-me as lágrimas pela face. aí sabia que enquanto não o tirasse da minha cabeça e ele não deixasse de existir para mim, nunca iria viver em paz, sem a presença dele em mim, física ou psicologicamente.

4 comentários:

  1. este texto dá a sensação de o estarmos a viver realmente, está tão real.
    eu sei que és forte, sempre foste. e conseguiste superar esta fase da tua vida :) sempre aqui*

    ResponderEliminar
  2. eu adoro-te e estarmos-nos a juntar está a ser realmente importante para mim. @
    adoro este texto. parece-me tão real e tu és tão forte que consegues superar tudo. quem me dera ser igual a ti. $:
    beijinho. (:
    estarei sempre aqui para ti. ♥

    ResponderEliminar
  3. Este texto está absolutamente real mostrando uma perspectiva do que realmente aconteceu. Se alguem me perguntasse se era ficção ou não, eu diria que não pois um texto destes tem que ser escrito de forma sentida ;)

    Continua!

    ResponderEliminar